12 de abril de 2020

DIÁRIO DE UM TEMPO DE MEDO XXXI

Dia de Páscoa. Dia de ressurreição e de reflexão. Dia de reunião da família em volta da mesa e dos afetos.
Mas este ano só nos sobra a reflexão. A família não se junta.
E, refletindo, muita mágoa vem ao de cima. Logo de manhã, ouvindo as primeiras notícias, diz o Ministro da Saúde alemão: "Não, esta pandemia não é uma guerra. Não há nações contra nações, ou soldados contra soldados. É um teste à nossa humanidade."
Sim, é um teste à nossa humanidade. Estamos em casa, mas temos mesa cheia. Não faltam as amêndoas nem o pão de ló. A família está, também, recolhida, mas temos a tecnologia que nos aproxima e permite que nos vejamos, que falemos e, até, que mostremos o que comemos ao almoço. E, no meio de tudo isto, saltam as imagens da televisão com tudo o que o mundo tem de distópico para mostrar. 
O Covid-19 mata muita gente, é um facto. O número de mortes provocadas pelo vírus, no mundo, é assustador, é um facto. Mas as imagens da televisão não nos não sossego e mostram outros números assustadores de mortes provocadas por outras doenças e... pela fome! Vejamos aqui.
Teste à nossa humanidade! Que resultados dará?

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