Há dias assim, e muitos foram,
em que a raiva corria nas veias
Há dias assim, e tantos se repetiram,
em que as lágrimas jorravam sem esteios
Há dias assim, e tanto se prolongaram,
em que o medo tolhia as ideias
Há dias assim, e tanto se demoraram
em que apenas se ouvia o eco do silêncio
que nascem iluminados
que se levantam e se revoltam
que abrem portas tanto tempo cerradas
que dão lugar ao rumor das palavras libertadas
que se vestem de cravo vermelho e fazem da cidade um jardim
Sim! Há dias assim
em que o tempo deixa de contar
e se transformam num poema com tempo e com vagar