31 de março de 2015

PAPÁ, SÓ MAIS UMA...

Foi com muito orgulho que, hoje, vi o meu nome na lista dos seis vencedores do concurso de conto infantil "Papá, só mais uma...", promovido pela Alfarroba Edições.
O meu conto intitula-se Palavras à solta e essas palavras que andam à solta porque se escaparam de um livro... vão fazer parte de outro livro.

24 de março de 2015

UM CURTO MINUTO


Contar a história de Chico, ardina reformado a quem roubaram a sacola cheia de recordações,  sem a letra "e", é tarefa árdua. Depois de muito procurar palavras sem intrusos, deu nisto.

Tinha tudo guardado na sacola transportada a tiracolo.
No passado, dali saíram jornais. Distribuídos, um a um, todos os dias, sol ou chuva, dali saíram notícias (boas, más, assim-assim).
Mas, ali ocultava algo: páginas cortadas, muitas fotos, cartas nunca mandadas. A atriz, amada toda a vida, com todo o sigilo, vivia na sua sacola. Bastou um curto minuto. Tantos anos guardados agora roubados. Chico, o antigo ardina já inativo, viu toda a sua vida arruinada, vandalizada, sumida.

Desafio nº 86 da Margarida Fonseca Santos

18 de março de 2015

HORA DO CONTO NO JI DA DEVESA

Hoje, foi dia de levar um livro da minha amiga Manuela Ribeiro ao JI da Devesa, S. João da Madeira.
Castanho & Branco deixou as crianças muito entusiasmadas e, no final, concluíram que a amizade não tem cor. Afinal, as diferenças detetadas antes de abrir o livro, diluíram-se à medida que a história era cozinhada.




13 de março de 2015

MULHERES!

Chegaram. Entraram ruidosamente. Juntaram mesas. Arrastaram cadeiras. Sentaram-se. Riram alto. Falaram mais alto. Mataram o silêncio morno daquela confeitaria. Encomendaram. “Três cafés cheios e três normais”. E um bolo. Para as seis. Vieram os cafés. Três cheios, três normais. E um bolo. Uma fatia de red velvet, corpo vermelho de branco vestido. Matematicamente dividida em seis porções iguais. Não caberia mais nas ancas largas, nas barrigas proeminentes, nas coxas roliças, nos seios XL escondidos nos largos aventais.

7 de março de 2015

MARGENS QUE ME COMPRIMEM

Acabado de publicar o meu conto Margens que me comprimem em livro-objeto, pela Artelogy. O frasco pode ser adquirido no site da editora (aqui) e na sua página no Facebook (Facebook store).
O último convidado acaba de sair. O dia começa a despertar e a noite despede-se convidando-me a descansar. Recuo seis horas.
Casa cheia, música, ritmo, alegria. Taças de champanhe, erguidas bem alto, beijam-se brindando ao novo ano acabadinho de estrear, mal finda a última badalada da meia-noite.
Indiferente, olho-os. A casa é minha, a música é minha, a esplanada e a piscina iluminada são minhas. Mas a alegria é deles.
Olho-os. Indiferente. A alegria não é minha. E as horas que teimam em não passar!
(...) 

AMOR CANSADO

Ler a última frase com sotaque brasileiro:

Amar a Tona não era fácil. Tornara-se tarefa mais cansativa do que correr a maratona compreender esta apresentadora de TV, rapariga inflexível, de humores variáveis. 
O brasileiro Omar, namorado folião, cansou-se. Enquanto olhava o mar bravio (o mesmo mar que na véspera se mostrara tão pacífico!) compreendeu repentinamente que não se domam espíritos indomáveis. Ganhou coragem e escreveu-lhe uma curta e seca mensagem. 
“Não vou mais amar-te. Prefiro partir, chegar a Marte, para não mais te ver.”

desafio nº85 da Margarida Fonseca Santos (pares de expressões homófonas)