16 de novembro de 2013

HÁ POESIA NUMA GOTA

A foto é do professor Pedro Fernandes, um artista de grande sensibilidade que faz fotos fantásticas. Foi tirada no Jardim de Infância da Devesa, S. João da Madeira, e a educadora Helena Cristina Oliveira "encomendou-me" um texto alusivo à imagem que, de facto, é bastante inspiradora.


Se o texto é digno da imagem, cabe ao leitor julgar!

HÁ POESIA NUMA GOTA

Chegou pela manhã
envolta em transparência.
Miro-a. No seu brilho de cristal,
leio janelas de esperança.

E, do lado de lá,
juntam-se as letras
nas canções das crianças
que cantam
futuros em construção.

Espelhos de luz numa gota de água!
Equilíbrio e perfeição
Metáfora da vida.

O que importam as palavras
se a tua luz é a imagem da poesia?

Há poesia numa gota transparente!

ENTREGA DE PRÉMIO PELO ACIDI

 coro do ACIDI

A atriz Natacha, interpretou o conto de forma magistral.

 A atriz Cláudia Semedo anunciou os vencedores
 O prémio foi entregue pela Alta-Comissária, Rosário Farmhouse





PRÉMIO ACIDI


O ACIDI promveu um concurso de conto e/ou poesia sobre o tema do racismo. Depois de analisados os 513 textos recebidos, em setembro foram divulgados os finalistas. Ontem, foram atribuídos o primeiro prémio e cinco menções honrosas em cada categoria. 
Na categoria maiores de 18 anos, mais de 200 textos estavam a concurso. Eu trouxe o 1º prémio, atribuído ao meu conto "Nyambura".

14 de novembro de 2013

A TI, PROFESSOR, EU ACUSO!

Texto que escrevi e que foi lido no sarau de entrega de prémios de valor e excelência aos alunos do Agrupamento de Arrifana, no passado dia 8 de novembro. Uma homenagem aos professores.


A ti, professor, eu acuso!
de seres o farol que me orienta
o mapa que me guia
a régua que me alinha
o espelho onde me revejo
o telescópio que me faz ver o longe
o espaço aberto
o tempo sem pressa.

A ti, professor, eu acuso
de deixares o teu lar
e, a sorrir,
vens sentar-te ao meu lado
para me explicares o mundo
e, comigo, pintares o arco-íris

A ti, professor, eu acuso
de fazeres brilhar o olhar
que me faz desvendar
o tanto que a vida tem para me dar
e de me transformares
na criança-reguila
curiosa-do-mundo
curiosa-de-mim

A ti, professor, eu acuso
de me abrires portas
(e até portões!)
por onde passo, ufana,
e entro triunfante
no futuro que, rapidamente, se torna presente.

Eu sou o teu barro, professor,
tu moldas-me!
Os teus dedos percorrem-me,
constroem-me
e preenchem-me com as tuas ideias.

Tenho a cabeça num turbilhão, professor!
Acuso-te
e aponto-te o dedo
porque me fazes os obstáculos vencer
porque me fazes crescer!!!!

E, mais uma vez, te acuso, professor,
de seres a seiva que me alimenta
e a árvore de braços estendidos
que me abriga

E eu, pobre passarinho, com medo,
junto-me ao bando
para te ouvir contar estórias
que só tu sabes contar.

E, pousado nos teus ramos,
descanso
e ganho alento
para deixar o meu poiso seguro
e voar.

Obrigada, professor,
por não teres medo de mim
por me descobrires
e não me perseguires
com rótulos ou outros que tais.

Obrigada por fazeres
com que ler-escrever-contar
seja brincar.

Obrigada!
Vou cheia de poesia
Vou voar e viver com magia!