8 de março de 2020

"OS DIAS SÃO ASSIM" - LANÇAMENTO NA BIBLIOTECA MUNICIPAL RENATO ARAÚJO

O dia 6 de março de 2020 fica marcado na minha história, enquanto autora, como o dia do nascimento do sexto livro, o segundo com vários contos para um público mais crescido.
Os dias são assim é um livro com 12 contos, mas há uma 13ª história que não está nele. É a história do título que mudou três vezes.
Inicialmente, dei-lhe o título “O pintor da noite e outros contos”. O pintor da noite é o primeiro conto, para mim o mais poético, pelo que seria um título apelativo. Mas, seguido de “e outros contos”, seria banal pois há imensos livros assim, com o título de um dos contos e … outros contos. Então, pensei noutro que, numa única palavra, abrangesse o assunto de todos os contos, que fosse transversal a todos. Surgiu “Silêncios”. Soou-me bem. Se há palavras que são gritos, chamadas de atenção, há outras que escondem silêncios, por vezes mais ruidosos que um grito. Neste livro há silêncios gritados que se ouvem nas entrelinhas da maioria dos contos. Os seus leitores, provavelmente, irão ouvir esses gritos mudos que as palavras tentam esconder. E foi este título que a Isabel trabalhou para a ilustração da capa, com um S estilizado a ocupar toda a página.
Mas, no dia em que um amigo apresentou o seu último livro, uma sua amiga poetisa falou de um livro que tinha escrito e que se intitulava… Silêncios. O céu desabou sobre mim. Como poderia eu dar um título a um livro meu se ele já tinha dono?
Foi preciso repensar, mudar, criar outro. Até que surgiu este, Os dias são assim. O que veio complicar a vida à Isabel Pelaez, a ilustradora, pois ela teria de mudar a capa de uma palavra para quatro. 
De facto, os dias são assim, cheios de complicações. Mas também são cheios de vidas que vivem cá dentro do livro. Umas reais, outras inventadas, outras com um cruzamento de realidade e ficção. Cabe a cada leitor tentar imaginar quais são as histórias reais e as fictícias. Depois mo dirão. Mas, peço-vos, não tentem encontrar dados autobiográficos que não os vão encontrar. A minha vida não tem nada digno de uma história. Pelo contrário, as histórias deste livro estão cheias de vidas sentidas. O olhar atento da Isabel fê-la vislumbrar no novo título um S em todas as palavras. Deste modo, teve a feliz ideia de manter o S estilizado inicial e adaptar-lhe o resto das letras. Os silêncios mantêm-se, assim, ao longo deste S e nas ilustrações a preto e branco. Porque os dias são assim. Uns cheios de palavras, outros de silêncios. Uns cheios de claridade, outros de cinzas. 
Desejo a todos os leitores que o meu novo livro lhes proporcione bons momentos de leitura. Tão bons como os que eu passei a escrevê-lo.

Notícia no jornal Labor.


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