14 de março de 2020

DIÁRIO DE UM TEMPO DE MEDO - II

Sábado de um fim de semana que se adivinha... diferente!
Não houve a habitual saída à Praça para um café e compras.
Não houve saída para o cabeleireiro.
Não houve saída para um café, depois de almoço, nem para jantar fora.
Hoje seria dia de aniversário. 80 anos da mãe. A festa programada há meses foi suspensa. O sacana do vírus não está para festas. O seu mau humor ataca tudo que possa. É preciso ter muita cautela e o grupo seria grande. Muitos andaram por fora, por lugares contaminados. Nenhum de nós se atreveu, sequer, a ir dar um beijo à aniversariante. Triste. Tão triste!
Choveram mensagens o dia todo no whatsapp da família e no Facebook. As minhas mensagens:
"A criança via fazer uma birra e só vai nascer quando todos puderem estar juntos para lhe fazerem a festa que ela merece. Mais uma vez, está a ser posta à prova para mostrar que é uma guerreira. Muitos parabéns. Teremos muitos anos para festejar porque os 100 ainda estão longe. Beijinhos enormes."
"Muitos parabéns pelos teus 80 anos de vida. E obrigada por tantas vidas que geraste. A tua festa não se fará hoje, mas não perdes pela demora! Se não for antes, festejaremos em agosto o meu e o teu aniversários. Ainda haveremos de festejar juntas os meus 80 e os teus 100. Muitos beijinhos."

Abençoada tecnologia que nos juntou todos. Conseguimos cantar os parabéns em simultâneo e conversar em tempo real. Não houve bolo, nem velas, nem comida a rodos. Mas houve união, mesmo que à distância.

Sem comentários: