13 de março de 2020

DIÁRIO DE UM TEMPO DE MEDO - I

Parece que uma sexta-feira 13 cumpriu a missão de trazer o azar!
Até hoje, a minha apreensão e o  meu medo face ao coronavírus eram muito relativos. Hoje, porém, tudo mudou. Os casos em Portugal começaram a subir e fala-se em fechar as escolas a partir do próximo dia 16.
A minha escola, hoje, parecia quase uma escola fantasma. Os alunos anteciparam-se à ordem do Ministério e ficaram em casa (espero eu!). Dos 25 alunos da minha turma apenas cinco estiveram presentes.
De repente, com o anúncio de todas as atividades extracurriculares canceladas, fiquei apenas com um trabalho para fazer: catalogação. E assim passei toda a manhã, além de aconselhar livros aos alunos que foram à escola e quiseram ir para casa prevenidos.
- Professora, quantos livros posso requisitar para os dias todos em casa? 
- Professora, posso ir escolher livros? Serão 4 semanas em casa! 
Só espero que o vírus da leitura seja altamente contagioso!
Saí da biblioteca com um saco de livros para catalogar. Não sabia, ainda, se o fecho das escolas implicaria que os professores ficassem a trabalhar em casa. Muitos rumores se leram na Internet, com opiniões contraditórias!
Durante a tarde ainda fui trabalhar numa biblioteca do 1ºciclo. Trouxe para casa mais um saco para catalogar.
A informação definitiva que os professores iriam ficar em casa, em teletrabalho, chegou, finalmente! Voltei à escola para trazer mais livros. Ficou a tenda montada no meu escritório.
E a tarde terminou depois de ter enviado emails de trabalho. A biblioteca terá de ser usada fora de portas, através do blogue e das redes sociais.
E a preocupação instalou-se! Afinal, o caso é sério! Afinal, estamos a viver uma pandemia que está a alastrar a um ritmo vertiginoso. Quando irá parar? Onde iremos parar?

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