Ana Paula Oliveira é professora de Português na Escola Básica de Arrifana onde é, também, bibliotecária. Publicou dois livros intitulados Do cinzento ao azul celeste, em abril de 2009, e O santo guloso, em janeiro de 2012.
- Quando decidiu iniciar uma carreira como escritora?
- Não foi uma decisão, foi um acaso, e nunca pensei que as histórias escritas passassem a livros. Alguns dos meus contos chegaram à editora Calendário de Letras através de uma amiga e a editora decidiu apostar num, de que gostou, e o primeiro livro foi publicado.
- Alguma vez se questionou como seria a sua vida se não se tornasse escritora?
- Não, nunca me questionei porque sou escritora apenas nas horas vagas e quando a inspiração chega; escrevo umas histórias mas sou essencialmente professora, essa é a minha profissão.
- O seu maior sonho de criança era ser escritora?
- Não, nunca foi um sonho, mas sempre gostei de escrever e fazia composições interessantes pedidas pelas professoras de português. Lembro-me que, quando andava no sexto ano, me levantei uma noite para escrever um texto, cuja ideia me surgiu naquele momento, e a professora não acreditava que tinha sido eu a escrevê-lo, o que me deixou muito frustrada.
- Como se inspira para a escrita?
- Olhando ao meu redor, observando o que se passa, lendo muito, uma vez que as minhas leituras também são fonte de inspiração, fazendo pesquisa. O meu primeiro livro, por exemplo, resultou de uma pergunta feita por um aluno: “Por que motivo temos de andar tanto tempo na escola?” Esta pergunta originou uma resposta que posteriormente foi transformada numa história sobre a escola e a vida antes e depois do 25 de abril de 1974.
- O que procura despertar com os seus livros?
- Pretendo motivar para a leitura, inspirar os alunos e divertir-me. Aliás, comecei a escrever mais seriamente sempre que pedia aos alunos para escreverem um texto. Para lhes provar que não pedia nada do outro mundo, era eu a primeira a escrever, para dar o exemplo. Assim, os meus alunos passaram a ser as minhas “cobaias” e os primeiros ouvintes das minhas histórias.
- É difícil escrever um livro?
- É. Dá trabalho, exige esforço e concentração, imaginação e, sobretudo, tempo muitas vezes roubado à família.
- Escreve ficção ou inspira-se em factos reais?
- As duas histórias publicadas baseiam-se em factos reais mas tenho histórias escritas completamente inventadas.
- Imaginaria a sua vida sem livros?
- Nunca!!! Os livros fazem parte da minha vida desde sempre. Sempre tive livros em casa, desde a infância, sempre procurei livros nas bibliotecas, compro livros, trabalho com livros, tento criar leitores e provar que quem lê é muito mais feliz e consegue viver várias vidas: a própria e a de todas as personagens.
- Pensa criar outro livro?
- Tenho outras histórias escritas mas não sei se vão passar a livros. Isso vai depender da editora que, por sua vez, irá decidir a publicação de outro livro de acordo com a reação dos leitores. Se os dois livros publicados tiverem boa aceitação e venderem bem, poderá ser que se publique mais algum ou alguns.
- Quando era criança e adolescente, que livros gostava de ler?
- Quando era criança e adolescente, que livros gostava de ler?
- Naquela altura não havia a quantidade de livros nem de autores, sobretudo portugueses, que há hoje. Lia tudo da Enid Blyton e coleções como, por exemplo, Biblioteca das Raparigas e Biblioteca da Juventude. Mais tarde, já quase a terminar a adolescência li vários autores russos e franceses.
Muito obrigada pela sua disponibilidade, esperamos que tenha muito sucesso.
Turma 8ºCEFB
ano letivo 2011/2012
1 comentário:
Paula, esta entrevista deve ter-te deixado muito orgulhosa! Revela que os alunos aprenderam muito contigo e sentem admiracao, respeito e muito carinho.Parabens! Ed.Cristina
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