26 de janeiro de 2014

O MURO

Hoje, sentada frente ao computador, depois de ter encontrado antigos alunos numa rede social, decidi dedicar uns minutos à limpeza da alma... Recordar. Reviver momentos duros mas que me tornaram mais humana, mais sensível e mais tolerante. 
As recordações levaram-me a um tempo, algures entre o espanto e o medo, entre a impotência e a esperança. 
Era a primeira vez que me atribuíam uma turma assim. Eram quinze. Quinze vivências complicadas, quinze problemas. Mas um sobressaía: o problema maior. 
Luís era um rapaz de doze anos mas não era um rapaz como qualquer outro. Doze anos e tanta mágoa acumulada! 
Tinham-lhe amputado a infância! Não aprendeu a brincar, nem a conviver, nem a conversar, nem a ser ouvido. Nunca ouvira a voz carinhosa duma mãe, nunca vira o sorriso de orgulho de um pai, nunca escutara uma história no aconchego dos lençóis. 
(...)
Continua, in Os dias são assim

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