7 de julho de 2016

"NE ME QUITTE PAS"

“Ne me quitte pas…”
A música entranhava-se-lhe. Assim que ela ouvia os primeiros acordes, todo o seu corpo estremecia, arrepiado. Cada nota coloria cada espaço cinzento do seu eu, naquela altura sempre acabrunhado. E, à medida que a melodia avançava, apaixonada, cálida, penetrante, vinha a libertação. Despejava todas as lágrimas acumuladas e, depois de anestesiados os aziagos pensamentos, perseguia ilusões, sonhos e fantasias. Voava, então. 
Jacques Brel. O seu mestre. A sua salvação. A sua ordem interior.

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