Como tu, filha, também já fui menina. Saltei à corda e ao elástico, corri por entre ervas e pinhais, joguei às escondidas, como se a vida fosse uma brincadeira sem fim.
Os anos passaram, céleres. Olho o espelho. Não me reconheço, não te reconheço.
Da minha janela espreito o relógio da igreja na esperança que me devolva o tempo perdido para que esse tempo me devolva a memória. Hoje, não sei quem sou. O universo ficou vazio.
Versos a negrito:
Ana Luísa Amaral, do poema intitulado “Como tu”, in Como tu (2012)
Cecília Meireles, do poema “No meio do mundo faz frio”, in Mar absoluto (1945)
Desafio nº35 da Margarida Fonseca Santos:
Escolher dois versos, de dois poetas diferentes, e usar um no início do texto e outro no fim.
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