22 de junho de 2014

COMO PAPEL AMARROTADO

Normalmente não ficava nenhum papel no chão dos escritórios que limpava. Naquele dia, um papel amarrotado com violência e atirado para o caixote deixara-se cair irreverentemente na carpete. 
Seria um sinal? Ficou a olhar o papel amarfanhado e espezinhado, metáfora da sua vida. Tal como ele, sentia-se atirada ao lixo sempre que o marido se zangava com o mundo. 
Não voltaria a casa!!!! 
Foi com o corpo amachucado, mas de coração desenrugado, que entrou na nova vida.

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