Texto que escrevi e que foi lido no sarau de entrega de prémios de valor e excelência aos alunos do Agrupamento de Arrifana, no passado dia 8 de novembro. Uma homenagem aos professores.
A ti, professor, eu acuso!de seres o farol que me orienta
o mapa que me guia
a régua que me alinha
o espelho onde me revejo
o telescópio que me faz ver o longe
o espaço aberto
o tempo sem pressa.
A ti, professor, eu acuso
de deixares o teu lar
e, a sorrir,
vens sentar-te ao meu lado
para me explicares o mundo
e, comigo, pintares o arco-íris
A ti, professor, eu acuso
de fazeres brilhar o olhar
que me faz desvendar
o tanto que a vida tem para me dar
e de me transformares
na criança-reguila
curiosa-do-mundo
curiosa-de-mim
A ti, professor, eu acuso
de me abrires portas
(e até portões!)
por onde passo, ufana,
e entro triunfante
no futuro que, rapidamente, se torna presente.
Eu sou o teu barro, professor,
tu moldas-me!
Os teus dedos percorrem-me,
constroem-me
e preenchem-me com as tuas ideias.
Tenho a cabeça num turbilhão, professor!
Acuso-te
e aponto-te o dedo
porque me fazes os obstáculos vencer
porque me fazes crescer!!!!
E, mais uma vez, te acuso, professor,
de seres a seiva que me alimenta
e a árvore de braços estendidos
que me abriga
E eu, pobre passarinho, com medo,
junto-me ao bando
para te ouvir contar estórias
que só tu sabes contar.
E, pousado nos teus ramos,
descanso
e ganho alento
para deixar o meu poiso seguro
e voar.
Obrigada, professor,
por não teres medo de mim
por me descobrires
e não me perseguires
com rótulos ou outros que tais.
Obrigada por fazeres
com que ler-escrever-contar
seja brincar.
Obrigada!
Vou cheia de poesia
Vou voar e viver com magia!
1 comentário:
Ana Paula, simplesmente lindo!
Adorei!
Angelina
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