10 de março de 2011
8 de março de 2011
DIA DA MULHER
Porque hoje é o dia da mulher, a minha solidariedade para com todas as mulheres que sofrem e não podem ser felizes porque os outros não permitem.
Humilhadas
Caladas
São mulheres, violentadas
Escondem mágoas
Escondem lágrimas
Esquecem risos e afagos
Olhos negros
Negra a alma
É muita a dor
É pouco o amor
“É urgente destruir certas palavras”
Crueldade, violência, solidão
Muitos lamentos
E toda a prisão
É urgente reinventar certas palavras
Verbos reflexos do amor
Antónimos de dor:
Dar-se
Apaziguar-se
Amar-se
Canto para ti, mulher coragem
Canto para ti e quero
Entre marido e mulher
Meter a colher
7 de março de 2011
O PINTOR DA NOITE
O ilustrador Paulo Galindro, cujo trabalho adoro, lançou um concurso que, ele próprio, intitulou "concurso maluco de escrita hipercriativa". Aceitei o desafio e terminei uma pequena estória (pelo regulamento o texto não podia ter mais de 500 palavras) que estava adormecida mas que o desafio fez despertar. Participei e estou nos quatro finalistas. A votação para o melhor está a decorrer no Facebook, no mural de Paulo Galindro, e no seu próprio blogue onde está publicado o texto.
Sento-me à minha mesa de trabalho e desenho. Olho através da janela e vislumbro o Sena. Lá longe, o rio desliza tranquilamente ao som de acordeões que adormecem vagabundos. A Noite espreita. Quer entrar. Pede-me que lhe abra a janela. Fico indeciso, nervoso com a sua presença inesperada, mas lá aceito que ela entre, talvez só por instantes. Sinto-me intimidado.
Ela entra. Traja um vestido deslumbrante, veludo negro semeado de estrelas cintilantes. Usa um vestido diferente cada vez que surge. Reparo nisso sempre que a observo mas, o de hoje, é, sem dúvida, o meu preferido.
No final de cada dia, todos os dias, ela visita outras casas, outras cidades, outros países, e ignora-me. Não sei como hoje terá reparado em mim. Talvez por ser o meu aniversário, quem sabe! Só ela poderá responder.
Senta-se a meu lado e pede-me:
- Desenha-me.
O pintor da Noite
Sento-me à minha mesa de trabalho e desenho. Olho através da janela e vislumbro o Sena. Lá longe, o rio desliza tranquilamente ao som de acordeões que adormecem vagabundos. A Noite espreita. Quer entrar. Pede-me que lhe abra a janela. Fico indeciso, nervoso com a sua presença inesperada, mas lá aceito que ela entre, talvez só por instantes. Sinto-me intimidado.
Ela entra. Traja um vestido deslumbrante, veludo negro semeado de estrelas cintilantes. Usa um vestido diferente cada vez que surge. Reparo nisso sempre que a observo mas, o de hoje, é, sem dúvida, o meu preferido.
No final de cada dia, todos os dias, ela visita outras casas, outras cidades, outros países, e ignora-me. Não sei como hoje terá reparado em mim. Talvez por ser o meu aniversário, quem sabe! Só ela poderá responder.
Senta-se a meu lado e pede-me:
- Desenha-me.
(...)
Continua, in Os dias são assim
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