e o cheiro a maresia
Corpo de areia. Mulher? Sereia?
Mas, viver na sombra de Samsom, vai fazer de Dubois uma figura amarga por não conseguir tocar como ele. Através das drogas, foge à realidade da vida marcada pela rivalidade, pela inveja, pela frustração, pela mãe obscena, pelas opções erradas.
Mas, o final, completamente surpreendente e emotivo, compensa toda a dureza da narrativa e, sobretudo, das imagens que falam mais e doem mais do que as palavras.
Balada para Sophie é uma deslumbrante novela gráfica que, tal como a música de François Samson, nos faz levitar.
E é inevitável ouvir a composição Ballade pour Sophie enquanto se lê a carta que Dubois deixa antes de partir para a eternidade.
Ler aqui uma entrevista a um dos autores, Filipe Melo.
O pássaro solitário instalava-se na única palmeira daquela rua, sempre que fugia ao frio do Norte e se agasalhava no calor morno das praias do Sul. Talvez por, também ela, viver só. E ela era a sua morada, sem porta nem fechadura. Olhando-os, via-se a imagem da liberdade.
Um dia, apertaram a árvore com um grosso cinto que
lhe ferrava, fundo, a zona onde ia ser cortada.
Veio o verão, o pássaro não a encontrou. Espantado, chorou.
Desafio nº 272 – palavras encadeadas, com palmeira
A vassoura que desvassourou anda a fazer as delícias das crianças de S. João da Madeira. As personagens saem do livro para suas as mãos e é animação garantida.
Não!
Não quero falar da guerra!
Guerra é trovão na tempestade
É trator que atropela
É noite tenebrosa
Não quero falar da guerra!
Quero matar a guerra
Quero enterrar a guerra
Quero esquecer a guerra
Tanto, tanto!!!
No contexto atual, um contexto de guerra na Europa, não poderia deixar de destacar os autores russos que me marcaram, para mostrar a quem desencadeou a guerra e a apoia que deve ler os seus próprios autores. Para refletir, aprender, respeitar os direitos humanos e, assim, melhorar o mundo em vez de o destruir.
Fiódor Dostoievski, uma das maiores referências do existencialismo, demonstra quão complexas e contraditórias podem ser as pessoas. Na sua obra faz, com mestria, uma análise social dos comportamentos humanos e de todos os erros que o ser humano pode cometer. Entre outros, aborda temas como o sofrimento e a culpa, a pobreza, a violência, o assassinato, além de analisar transtornos mentais.
Em Crime e Castigo, um livro que me marcou para a vida, o autor expõe os dramas psicológicos sofridos pela personagem principal, Raskolnikov, autor de um homicídio que lhe deixou a consciência a sufocá-lo e o seu íntimo desfeito pela culpa.
Em O Idiota, o autor expõe a problemática do indivíduo que se considera superior, num mundo obcecado por dinheiro, poder e conquistas. Nesta sociedade corrompida, recheada de pessoas desonestas, corruptas e perversas, alguém dotado de uma grande generosidade e de benevolência é considerado um idiota, um inadaptado.
No seu conto “A árvore de Natal e o casamento” Dostoievski mostra, com ironia, que os interesses económicos estão muito acima dos valores familiares e do respeito pelo outro.
Outro excelente autor russo, Lev Tolstói escreveu três romances e dezenas de contos e novelas. A Morte de Ivan Iliitch, apresenta-nos as reflexões de um homem em sofrimento que, à beira da morte, questiona as suas decisões e o percurso de vida.
Maximo Gorki acusado de exercer atividades subversivas foi preso; mais tarde, militou em inúmeros grupos revolucionários o que o levou, novamente, à prisão. Deste autor li, apenas, A mãe, numa altura em que estava, ainda, a descobrir a liberdade e a luta pelos direitos. Este romance mostra a transformação de uma mulher oprimida que passa a ser uma guerreira na luta pelos ideais, contra as injustiças do mundo.
São livros como estes, que deixam a nu os problemas sociais e morais, a ambição e a corrupção desmedidas, que deveriam ser lidos por todos para, assim, todos contribuírem para mudar o mundo, para não se repetirem os erros do passado.
E não é que foi premiado? E não é que o PNL até elaborou um postal para partilha nas redes sociais?
Só posso estar orgulhosa!
Estúpido 2021! Com que então não quiseste ficar atrás do teu antecessor e vieste de má cara, continuaste de má cara e terminas ainda com cara pior. Parece que te zangaste comigo por não te ter recebido condignamente, por ter optado por vestir o pijama e dormir cedo em vez de ir para a ramboia com champagne e gente aos montes, bem sabes que não se podia fazer isso, o idiota do bicho não deixava, e ainda não deixa, mas houve quem o tenha feito, dizes tu e eu bem sei, mas sabes que eu sempre gostei de cumprir as regras, acho que tenho de deixar de o fazer, ando sempre lixada com tanto cumprimento que até ando zonza da cabeça que é para não dizer um palavrão, que por dentro tenho dito muitos, mas enfim, vamos ao que interessa e o que interessa é que podes continuar zangado pois se não fiz festa para te receber, também não faço festa para te mandar para os quintos dos infernos, nem para receber o teu sucessor. Ainda pensei comprar um pijama de lantejoulas, sempre dava um bocado de glamour à noite, mas não encontrei nenhum e, para o efeito ia dar no mesmo, quem sabe as lantejoulas não me deixariam dormir descansada e dormir é o que eu mais quero, enquanto durmo, não vejo, não ouço, não discuto, não penso. Por isso, avisa o teu sucessor que tire o cavalinho da chuva pois festa para o receber também não vai haver e diz-lhe para deixar de lado a estupidez e que se livre de querer imitar-te. Ah! Há outra coisa que eu mais quero que é apagar palavras do dicionário, pois os entendidos em feng shui, seja lá o que isso for, dizem que esta noite é de lua minguante por isso em vez de pedirmos coisas boas devemos pedir que as coisas más diminuam e é por isso que quero eliminar muitas palavras, vai-se a ver começam todas com a mesma letra, deve ser o karma que tem muita força e tu trouxeste alguns desaires à minha família durante este teu ano estúpido e se não acreditas faço-te uma lista, desastre e destruição do automóvel, despesas, doenças, discórdias, discussões, descrédito, desilusão, desânimo, distância, desamigamentos… e nem vou continuar!
Põe-te fino e passa a palavra a 2022 para que se ponha fino, também, e que deixe as idiotices de uma vez por todas que já estamos todos fartos.