Na primeira sessão do Clube de Leitura Juvenil, e para quebrar o gelo entre os seis jovens fundadores (dos 11 aos 14 anos), foi lançado um desafio:
- Se pudesses ser uma personagem de um livro, qual serias e por que motivo?
As respostas não tardaram.
- Odisseu, personagem da Odisseia, de Homero, pela força de vontade e resiliência.
- Bruno, do livro O rapaz do pijama às riscas, de John Boyne, por ser aventureiro e fazer amizade com alguém da sua idade, apesar da rede que os divide.
- Teresa, uma das gémeas da coleção “Uma aventura”, de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, por ser divertida e aventureira.
- A rapariga karateca, do livro O caderno vermelho da rapariga karateca, de Ana Pessoa, por ser diferente e por ter um diário como se fosse um animal de estimação ou uma pessoa de verdade.
- Leo, de O leão por cima da porta, de Onjali Q. Raúf, por fazer justiça.
- Mortimer, da coleção Blake e Mortimer, de Edgar P. Jacobs, por ser um cientista que gosta de egiptologia.
Quanto ao livro lido, O destino de Fausto, de Oliver Jeffers, cada um definiu-o numa única palavra, de acordo com aquilo que nele sobressai: ditadura, arrogância, egoísmo, posse, controlo, realidade.
Todos gostaram muito do livro. Apesar da leitura rápida e fácil, a mensagem é profunda e a personagem Fausto simboliza aquilo que não se quer: prepotência, ditadura e ganância. Ninguém é dono do mundo e o poder, quando é obsessivo e tirano, é bastante negativo. Fazendo uma analogia com a vida real, notou-se o quanto estes jovens estão a par dos problemas do mundo. Não faltaram exemplos de problemas atuais relacionados com ditadores. Felizmente, há sempre alguém que resiste, no caso do conto, o mar que não se deixa subjugar e é o símbolo da oposição e da luta contra a opressão.
A discussão sobre o livro, bastante participada e animada, terminou com o julgamento de Fausto, o que foi bastante divertido e, estou convencida, contribuiu para que estes jovens regressem e tragam mais uns quantos.