Despedida em tons de branco
Almofada
Fios
de cabelo
Lençol
Colcha
Chinelos
Cortina
Janela
Luz
Luar
Suspiro
Sopro
Nuvem
Fim
Se leio, quando leio, porque leio, sou mais feliz.
Despedida em tons de branco
Almofada
Fios
de cabelo
Lençol
Colcha
Chinelos
Cortina
Janela
Luz
Luar
Suspiro
Sopro
Nuvem
Fim
A história é trágica, com personagens marcantes. Quem vai esquecer o triângulo amoroso Mariana que ama Simão que ama Teresa que ama Simão que não ama Mariana mas que a respeita?
Um livro que tem dentro paixão, suspense, controlo parental, amor proibido, raiva, sacrifício, assassinatos, muitas mortes e, no meio de tantos elementos trágicos, tão característicos do Romantismo, o autor ainda consegue fazer crítica social com muita ironia, na referência, por exemplo, às freiras e ao modo de vida dos conventos.
É evidente que o leitor do século XXI tem de o ler aos olhos da sociedade do século XIX. Este tipo de relações amorosas, numa época em que tudo é descartável e nada dura, nem o amor, está completamente fora de moda. Hoje, ninguém é enclausurado num convento porque ama, nem se deixa morrer por não poder ter o seu amado.
Mas é muito interessante comparar reações de leitura de vários leitores. Quem fica do lado de quem?
Ela nasceu num país de chão verde.
Ele nasceu num país de chão negro.
Ela tem olhos claros e cabelo de ouro.
Ele tem olhos escuros e cabelo de carvão.
Cobre-a pele acetinada, neve pura.
Cobre-o pele robusta, terra fértil.
Cruzaram-se algures. E a pretidão da noite desaguou na pálida madrugada. Nesse momento, o universo trovejou. Mas, ambos ousaram desafiar raios e trovões e furaram arames farpados.
Faz sentido. Corre-lhes nas veias a mesma intensa cor vermelha.
Menção honrosa no concurso de contos em 77 palavras contra a discriminação racial,
1ºescalão, promovido pelo ACM
A girafa Josefa viajou da savana até ao mar. Durante o longo percurso, conheceu outras girafas, de outras estórias, e com elas aprendeu algumas lições.
Agora, vai viajar de escola em escola, no meu Agrupamento, para que as crianças a conheçam e a ajudem a resolver o dilema final.
Jogo da Ambiguidade: atividade de escrita poética para crianças no Summit do dia 25de janeiro, proporcionado pelo poeta João Manuel Ribeiro
Ambiguidades
O tempo para na folha caída,
Fim ou início de vida?
O rio canta, sereno e profundo,
Nesta serenidade pode estar forte lamento.
As estrelas piscam, são faróis na noite,
Mas, na noite, podem ser esperança ou um simples vazio.
A vela arde, trémula e breve,
A sua luz aquece ou é fogo que fere?
O riso ecoa no vazio da sala,
Ecoa alegria ou um coração que se cala?
O silêncio da noite é a calma,
Por vezes, o silêncio é um grito, um queixume, solidão apenas.
As palavras flutuam no ar,
São laço de paz ou faca a cortar?
Já está publicada a minha nova história na antologia Contos de estrelas, pirilampos e alguns bichos-carpinteiros.
No passado sábado, dia 25/01, participei num Summit de escrita poética para a infância dinamizado por João Manuel Ribeiro (Editora Trinta por uma Linha). Um dos exercícos propostos teve como objetivo estimular a curiosidade e a criação poética através de perguntas que as crianças fazem sobre o mundo.
imagem gerada por IA
Conversa com a lua
- Sou feita de luz que o sol me emprestou,
ilumino a noite que ele deixou.
- Diz-me, lua, tens amigos no espaço?
- Tenho as estrelas, que piscam sem parar,
e o vento ao meu lado a cantar.
- Quando o sol aparecer, onde te vais esconder?
- Não me escondo, fico a descansar,
a noite é o tempo que venho abraçar.
A criança fecha a sua nave espacial
Deita-se a sonhar.
A lua fica a velar, no céu a brilhar.
imagem gerada por IA
Exercício de escrita poética para crianças conseguido no Summit proporcionado por João Manuel Ribeiro, Editora Trinta por uma Linha, no passado dia 25/01.
Desafio: Personificação de letras ou palavras
A paz, menina tímida, de passos pequenos,
Veste-se de branco, tem olhos serenos.
Entre gritos de guerra e do verbo lutar
no dicionário, procura o seu lugar.
Quer ser ouvida, mas ninguém repara,
entre a discórdia e a raiva, ela mal respira.
- Ouçam-me! - diz, com voz tão suave,
enquanto planta uma flor -
só quero acabar com os espinhos e a dor!
Mas as palavras rudes apenas sabem zombar.
São palavras que a querem calar.
- Porque é tão difícil ser o poema
Se o meu objetivo é unir e o mundo curar?
Caro 2024,
Este é o teu último dia e não sei se me quero despedir. O teu sucessor vai entrar e, estou convencida, não vai ser meigo.
Não é que tu tenhas sido muito meigo, trouxeste alguns contratempos, mas nada que não se resolvesse e, feito o balanço, até foste um ano bom. Profissionalmente continuo a fazer o que gosto e a ter alguns sucessos, a Beatriz, finalmente, está na casa dela e vejo-a feliz (quando os filhos estão felizes, as mães também são felizes), e a família está bem e continua unida.
Não sou mulher de sofrer por antecipação e, normalmente, sou positiva e otimista. No entanto, o teu sucessor traz-me alguma preocupação. O mundo está feio! Guerras que nunca mais acabam e ameaças de outras ensombram-nos. A pressa com que vivemos, sufoca-nos. A falta de tolerância, a desigualdade social cada vez mais acentuada, o egoísmo exacerbado desumanizam-nos.
Por isso, não quero um Ano Novo apenas pintado com novas tintas que apenas escondem o negro que fica por baixo.
Quero que a partir de janeiro as coisas mudem, que seja um ano mesmo novo, não seja remendado. Quero que, em todo o mundo, a justiça seja plantada, que a liberdade se espalhe e contagie, que os direitos sejam respeitados. E, parafraseando Carlos Drummond de Andrade, que entre os homens e as nações tudo seja claridade, recompensa e justiça.
Será querer o impossível? Em todo o caso, peço-te que entregues este recado a 2025 antes de partires.