Hoje foi manhã de escrita criativa com Rui Ramos.
Um dos exercícios: tirada uma carta, aleatoriamente, de um baralho de cartas do jogo Dixit, em cinco minutos a história teria de estar escrita.
O resultado:
No seu peito vivia um pássaro e ela deixou que se libertasse quando acordou, estremunhada, cabelos zangados atirados ao ar. Os olhos mal se abriam, ensonados. Ou seriam cansados? Não quis ver-se ao espelho, ignorou-o. Provavelmente não iria gostar da imagem que ele lhe devolveria. Preferiu abrir a janela, deixar que a luz entrasse, que a primavera entrasse, que o seu corpo negro entrasse noutra dimensão. Quem sabe? Talvez atingisse um mundo paralelo onde a cor e a dor não provocam danos colaterais.
Apalpou o seio nu e, com o pássaro, chorou.
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