Em março, foi apresentado ao público o meu último livro intitulado Os dias são assim. Cinco meses depois, os dias continuam assim, uns mais apetecíveis, outros menos.
Hoje, foi um dia assim.
Um dia de abrir as portadas e dar os bons dias ao sol. De encher as tostas com compota e saborear o leite frio. De trincar a fruta preferida. De aterrar num cantinho do paraíso. De encher os pulmões com o ar do mar. De mergulhar entre algas, peixes, caranguejos e mexilhões partilhando o seu reino. De observar as idas e vindas das marés que, nas suas viagens, transfiguram a praia. De apreciar o voo louco das gaivotas. De respirar à sombra de uma árvore. De sentir a brisa a soprar. De cheirar a infância nos odores da mata. De passear um livro. De beber poesia na esplanada de um café. De lamber o gelado a derreter. De ver as horas a passar lentamente. De deixar o dia andar devagar. De saber esperar. De absorver a paz da noite que, entretanto, trouxe o silêncio.
Hoje, foi dia de ficar quieta a ser feliz.
Há dias assim, com sabor a verão.
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