Foi ontem e foi muito interessante o encontro com três turmas (5º e 6ºanos) da Escola Oliveira Júnior, em S. João da Madeira.
O tema: ditadura versus liberdade.
O livro: Do cinzento ao azul celeste.
Algumas dúvidas: por que motivo rapazes e raparigas não podiam estar na mesma turma ou na mesma escola? Por que motivo havia músicas e livros proibidos? Por que motivo as crianças iam trabalhar com dez anos? Como foi viver o dia da revolução?
Os desafios:- imaginar que hoje, 25 de abril, 41 anos depois da revolução, alguém se lembrava de fazer a revolução ao contrário, isto é, acabar com a liberdade e instalar, novamente, a ditadura.
- imaginar que, se isso acontecesse, não poderíamos estar ali a falar de liberdade, de direitos, de manifestações, de espírito crítico, de futuro.
- imaginar que, se isso acontecesse, eu e tantos outros, seríamos presos porque escrevemos estórias onde entram palavras incómodas.
Isto nem foi bom lembrar! Houve reações imediatas e as crianças nem querem imaginar que tal lhes possa acontecer!
Mas, nem todos aceitam a escola de cara alegre. Tal como a personagem da estória, alguns alunos consideram que, trabalhando, ganham dinheiro e na escola não ganham nada. De facto, vivemos cada vez mais numa sociedade materialista e isto notou-se e nota-se diariamente no contacto com crianças e jovens.
No entanto, a conclusão, brilhante, saiu da boca de um aluno: "Na escola ganha-se futuro".
E, conversas assim, enchem-nos completamente.
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