Moro no bico do lápis
azul que já não reprova
Deito-me na espuma do mar
durmo no verde que traz esperança
e a semeia pelo ar
Desenho um papagaio de cordel
e com ele voo na ânsia de crescer
desenho um cavalo a correr
e parto num grande tropel
Pinto de negro a ignorância
o medo e a intolerância
pinto de branco a união
a paz e a concertação
Corto amarras resistentes
derrubo muros renitentes
grito com a força dos tufões
traço as minhas pulsações
Risco espadas e punhais
matizo beijos e cristais
tinjo a chuva, bordo o sol
Indelével
espalho-me em páginas brancas
maculo-as
sílaba a sílaba, escrevo-me
LI-BER-DA-DE
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