29 de novembro de 2014

O QUE ACABEI DE LER


Mesmo num livro sem ninguém há tanta vida, tanta poesia e tanto que pensar. E tantos eus e tantos outros e tantos nós (pronome pessoal e nome comum contável).

“Qualquer estratégia tem poesia. As grandes coisas são simbolizadas por pequenas e as pequenas por grandes. Uma montanha pode servir para metáfora de uma rua, e uma rua para metáfora de uma montanha. Os aforismos dão nas árvores, mas as árvores também dão nos aforismos, tal como a sabedoria antiga serve a qualquer inovação: o sábio, para chegar a sê-lo, tem de aceitar a condição da ignorância e da simplicidade. Não há flores chamadas júlias?”
in Livro sem ninguém, Pedro Guilherme-Moreira, pág. 137

ENCONTRO COM PEDRO GUILHERME-MOREIRA

Foi assim, na última sessão do Clube de Leitura na Biblioteca Municipal de S. João da Madeira. Fiz surpresa ao grupo e levei o autor de Livro sem ninguém, o livro do mês.
Foi uma grande noite cheia de gente e de palavras à volta de um Livro sem ninguém mas com muita vida dentro (e morte também, que faz parte da vida).





22 de novembro de 2014

FOLHA VIRADA

Escrever sem algumas letras é tramado. Então, sem s, c, t, p é quase impossível. A história não é o que se quer, é o que se pode!!! Saiu assim: 

Não digo? Ai digo, digo! E brado ao mundo em grande alarido! 
Digo que me induzi em erro, digo que me lixei, me arruinei, me modifiquei. Deixei o meu eu fugir. Razão? Adorei-o, qual anjo azul. Guardei-o no fundo de mim. Fiz-me menina, fiz-me mulher, fiz-me diva, fiz-me fada. E ele faz-me aquela borrada? 
Não digo? Ai digo, digo! A vida é lixada!!! 
E digo ainda: fim da união. Folha virada, novela finalizada! 
Agora, fiz-me bruxa. Vou.

desafio nº78 da Margarida Fonseca Santos: escrever sem as letras S, T, C. P

16 de novembro de 2014

LER PARA QUÊ? MICROCONTO LIDO NA RÁDIO SIM

A Margarida Fonseca Santos teve a amabilidade de ler outro microconto meu na Rádio Sim e de o embelezar com a sua expressividade.

13 de novembro de 2014

NADA MAIS FÁCIL...

Nada mais fácil, assim parecia. Bastava-lhe tocar no piano e logo sentia que conseguiria conquistar o mundo. Bastava-lhe fechar os olhos, divagar, e logo sentia que o impossível seria possível. 
Mas… Há sempre uma conjunção adversativa para travar, impedir as conquistas. Porque a vida é trapezista. Contorce-se e contorceu-lhe as esperanças e a força para lutar. Deu voltas e reviravoltas e fê-la ficar, sem sair do lugar, a ver o tempo passar. Concretizar sonhos? Nada mais difícil.

desafio nº19 Rádio SIM, da Margarida Fonseca Santos 
(começar e acabar com as expressões a negrito)

2 de novembro de 2014

UM LIVRO É UMA PORTA ABERTA...

O premiado autor Mac Barnett "fala sobre a escrita que foge da página, da arte como uma porta para o mundo da maravilha - e o que os miúdos reais dizem a uma baleia fictícia."

UM NÚMERO QUE VICIA

Procuro (no fundo do baú das memórias).
Dialogo (com o mais íntimo de mim).
Invento (histórias que não sei).
Amadureço (ideias que nascem pueris).
Seleciono (palavras que jorram).
Arrumo (sílaba a sílaba).
Recuo.
Esculpo (frases desajeitadas).
Quebro (muros e barreiras).
Avanço.
Fujo (da realidade que teima em ferir).
Esqueço (que o mundo é mal governado).
Refugio-me (no silêncio).
Infiltro-me (no espaço sideral).
Encontro (o meu alter ego).
E descubro que o 77 é número calmante que vicia.

 desafio nº77 da Margarida Fonseca Santos:
um texto que brinque com o blogue 77 Palavras, ou partilhe experiências.