Mesmo num livro sem ninguém há tanta vida, tanta poesia e tanto que pensar. E tantos eus e tantos outros e tantos nós (pronome pessoal e nome comum contável).
“Qualquer estratégia tem poesia. As grandes coisas são simbolizadas por pequenas e as pequenas por grandes. Uma montanha pode servir para metáfora de uma rua, e uma rua para metáfora de uma montanha. Os aforismos dão nas árvores, mas as árvores também dão nos aforismos, tal como a sabedoria antiga serve a qualquer inovação: o sábio, para chegar a sê-lo, tem de aceitar a condição da ignorância e da simplicidade. Não há flores chamadas júlias?”
in Livro sem ninguém, Pedro Guilherme-Moreira, pág. 137