23 de fevereiro de 2013

COMO TU, JÁ FUI MENINA


Como tu, filha, também já fui menina. Saltei à corda e ao elástico, corri por entre ervas e pinhais, joguei às escondidas, como se a vida fosse uma brincadeira sem fim. 
Os anos passaram, céleres. Olho o espelho. Não me reconheço, não te reconheço. 
Da minha janela espreito o relógio da igreja na esperança que me devolva o tempo perdido para que esse tempo me devolva a memória. Hoje, não sei quem sou. O universo ficou vazio


Versos a negrito:
Ana Luísa Amaral, do poema intitulado “Como tu”, in Como tu (2012)
Cecília Meireles, do poema “No meio do mundo faz frio”, in Mar absoluto (1945)

Desafio nº35 da Margarida Fonseca Santos:
Escolher dois versos, de dois poetas diferentes, e usar um no início do texto e outro no fim.

21 de fevereiro de 2013

"DIAS CINZENTOS" QUE NÃO SÃO OS MEUS


Tenho andado pelas escolas EB1 e JI do concelho de Santa Maria da Feira a promover a leitura e o meu livro O santo guloso. Inevitavelmente fala-se de leitura e de escrita e os alunos querem saber qual foi o último texto que escrevi, o que tenho escrito e não está publicado em papel, se está mais algum livro para ser publicado... 
As respostas dirigem-se imediatamente ao projeto das 77palavras. É um projeto da escritora Margarida Fonseca Santos no qual mergulhei com muito prazer porque é um desafio, um jogo de palavras. É quase como fazer um puzzle ou uma construção com peças que se encaixam. É pegar em palavras desirmanadas, algumas perdidas, outras solitárias, e encontrar-lhes um lar que as adote.
Por vezes, aparecem alunos e professoras que se apaixonam pela ideia como eu me apaixonei. E não esquecem o desafio de aderirem também. E assim surgiu este texto que já foi publicado no blogue 77palavras.

"Em dias cinzentos, na praia, observo o mar e penso nas frases que a minha mãe me dizia, antes de me abandonar. Nunca me vou esquecer dessa voz carinhosa e do sorriso rasgado que me fazia sorrir, zangar, procurar… Contava-me histórias simples que se passavam nas esquinas da rua ou em sítios misteriosos onde pacientemente se consolava qualquer princesa… Falava-me de ilusões e de confusões. Que falta sinto do seu falar e queria tanto com ela estar!"

 Inês Guerner e Isabel Tavares, EB1 Lamas 1, 4ºano 
conto enviado pela professora Conceição Ferreira

13 de fevereiro de 2013

CONCURSO DE FRASES SOBRE A AMIZADE

Foi uma brincadeira que me levou a receber um livro.
Respondendo ao desafio do Clube de Leitores, enviei uma frase para definir amizade e... a frase ganhou.
"Das cinco frases que o júri seleccionou para a finalíssima, duas sobressaíram. Não só pela forma simples e bonita com que falam sobre a Amizade, mas também porque foram as preferidas de quem visita o nosso espaço com frequência. O Clube de Leitores e a QuidNovi Editora têm o prazer de anunciar que as vencedoras do livro «O Suave e o Negro» de Manuel Monteiro são: 
Ana Paula Oliveira: A amizade é conjugar os verbos partilhar, compreender e ouvir no presente e no futuro do Indicativo. 
Ana Cristina Martins: A amizade não se define, sente-se e faz-se sentir, respira-se, saboreia-se, cheira-se, ouve-se e faz-se ouvir. dá-se e recebe-se, não se diz.

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11 de fevereiro de 2013

ONDE SE ESCONDEU A AMIZADE?


Sempre te disse esta frase: “A amizade é conjugar os verbos partilhar, compreender e ouvir no presente e no futuro.”
Mas parece que esqueceste algo tão simples.
Antigamente, o tempo não nos atrapalhava. No meu ombro choravas. Eu aconselhava-te e secava-te as lágrimas. Paciente, contigo procurei dobrar todas as tuas esquinas.
Acontece que tudo muda e agora nada nos consola. Ralhamos à vida porque passou e escondeu (em que sítios?) a amizade que já não conta connosco!...


Desafio nº34 da Margarida Fonseca Santos
Obrigatório usar as seguintes palavras pela ordem que se quiser, podendo conjugar os verbos e alterá-las em género e número: passar, acontece, ralhar, contar, consolar, sítios, procurar, esquecer, aconselhar, connosco, atrapalhar, pacientes, frases, esquina, ombro, simples,

24 de janeiro de 2013

SAUDADES DO MAR

O desafio: escrever um texto com 11 frases de 6 palavras (66) + 3 frases com as outras que faltam (11).


Ai que saudades tenho do mar!
Alice deixava-me ali, sentada à janela.
Nunca me aborrecia vendo as ondas.
Ora chegava uma, pequena e tímida.
De mansinho, contava segredos à areia.
(Que raiva, não os poder ouvir!) 
Ora chegava outra, gigante, altiva, furiosa.
Explodia a sua fúria nas rochas.
Coitadas, vítimas do seu mau génio!
Gaivotas roucas competiam com o vento.
Tentavam apurar quem voava mais depressa.
Crianças corriam na praia.
Assim passava os dias.
Agora… adeus, mar!...

desafio nº32 da Margarida Fonseca Santos, 77palavras

21 de janeiro de 2013

TRABALHOS DOS ALUNOS

Trabalhos elaborados pelos alunos da escola Fernando Pessoa, Santa Maria da Feira, à volta do livro O santo guloso.

Tela pintada pelos alunos da Educação Especial





ENCONTRO COM ALUNOS NA ESCOLA FERNANDO PESSOA

Uma receção calorosa na Escola Básica Fernando Pessoa, Santa Maria da Feira. Um fantástico trabalho de interdisciplinaridade. Uma interessante dramatização do conto O santo guloso, onde não faltou música e dança. Leitores, interessados e motivados.

O ambiente que rodeia o castelo



A invasão das formigas

 A promessa das formigas


Sessão de autógrafos

12 de janeiro de 2013

ENCONTRO COM ALUNOS

Ontem, com alunos do JI e EB1 de Igreja, Paços de Brandão.






VISITAS A ESCOLAS DO CONCELHO DE SANTA MARIA DA FEIRA

Agrupamento de Escolas de Paços de Brandão:

Santa Maria da Feira

  • 21 de janeiro - Escola Básica Fernando Pessoa


Agrupamento de Escolas de Lourosa

  • 22 de fevereiro - EB1 Sobral, Mozelos
  • 25 de fevereiro - Centro Escolar Igreja, Lourosa
  • 5 de abril - EB1 Aldeia Nova
  • 8 de abril - EB1 Fonte Seca
  • 12 de abril - EB1 Casal Meão
  • 15 de abril - EB1 Vergada

23 de dezembro de 2012

E OS ANJOS VIERAM

ilustração de Carla Antunes

Desanimado quando perdeu o emprego, desesperado quando a mulher o deixou, em pânico quando não conseguiu pagar dívidas contraídas, decidiu fechar a vida, no dia 21-12-12, dando cumprimento à profecia do fim do mundo. Descia à terra, observado pelos rostos constrangidos dos poucos amigos que lhe sobraram. Ainda a urna não tinha pousado e o milagre aconteceu. 
Gotas caíram. Não era chuva, não era neve, não eram lágrimas. Minúsculos seres etéreos levaram-no de mãos dadas. Era Natal!